segunda-feira, 25 de abril de 2011

MAIS UMA DO PADRINHO DO SETOR HABITACIONAL ÁGUA QUENTE

O Globo
Durval acusa secretário de chantagear Arruda
Jailton Carvalho
O ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM, acusou o atual secretário de Justiça do Distrito Federal, Alírio Neto, de cobrar R$4,5 milhões do ex-governador José Roberto Arruda para não entregar ao Ministério Público gravação de uma comprometedora conversa entre o ex-secretário de Obras do DF Márcio Machado e o empresário Juarez Lopes Cançado. Em depoimento ao MP em 19 de março de 2010, Barbosa disse que Arruda cedeu à pressão e pagou os valores cobrados por Alírio e pelo ex-diretor de Polícia Civil Cleber Monteiro.
Se Arruda recusasse a proposta, a gravação iria para os promotores encarregados da Operação Aquarela. Deflagrada em 2007, a ação levou à cassação do senador Joaquim Roriz, até então o político mais influente do DF. As investigações trouxeram dissabores também para o senador Gim Argello (PTB-DF). Mas passaram ao largo da administração de Arruda que já distribuía dinheiro a políticos aliados, conforme ele confessou ao MP.
“O governador Arruda e Márcio Machado cederam às extorsões e pagaram R$4,5 milhões para que as gravações não fossem apresentadas às autoridades responsáveis pela Operação Aquarela”, disse Barbosa aos promotores da Operação Caixa de Pandora. Alírio e Cleber negaram ter pedido ou recebido dinheiro de Arruda.
Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay, advogado de Juarez Cançado e Márcio Machado, disse que várias conversas com diversos interlocutores foram gravadas, apreendidas e encaminhadas ao Ministério Público.

terça-feira, 5 de abril de 2011

DURVAL BARBOSA DENUNCIA DEPUTADO ALIRIO DE PEGAR GRANA DA CAIXA DE PANDORA

Da Folha de S. Paulo: O atual secretário de Justiça do governo do petista Agnelo Queiroz, no Distrito Federal, é acusado de receber propina do mensalão do DEM, de acordo com depoimentos até agora inéditos do delator do esquema de corrupção na capital do país. Durval Barbosa, denunciante do escândalo, revelou à Promotoria do DF que encaminhou repasses de R$ 90 mil mensais a Alírio Neto (PPS), quando o secretário ocupava a mesma pasta na gestão do ex-governador José Roberto Arruda.




Segundo Barbosa, Alírio era um dos beneficiários de parte dos R$ 220 mil desviados mensalmente do Detran. O dinheiro, segundo ele, era arrecadado junto a empresas de informática contratadas pelo Detran e pela Secretaria de Justiça e Cidadania.

Alírio Neto nega as acusações e diz que elas têm motivação política.



Barbosa detalha a participação do secretário no esquema em dois depoimentos no dia 14 de setembro do ano passado. Não faz menção a vídeos registrando a entrega do dinheiro a Alírio, que presidiu a CPI criada para investigar a corrupção no DF.

Barbosa afirma nos depoimentos que “eram arrecadadas propinas” junto a duas empresas que prestavam serviços de informática no Detran e uma na Secretaria de Justiça e Cidadania. “Por determinação do então governador Arruda, parte desses valores era repassado diretamente ao deputado distrital Alírio Neto, então secretário da referida pasta”, afirmou Barbosa.



Quem repassava a propina ao secretário, segundo os depoimentos, era o policial aposentado Marcelo Toledo, que aparece em um dos vídeos gravados pelo delator entregando dinheiro. Ao falar sobre a Secretaria de Justiça, o delator afirma que os repasses de R$ 90 mil foram feitos no quando Alírio permaneceu na pasta- de fevereiro e novembro de 2009. No caso do Detran, Barbosa diz que Arruda determinou que cerca de 30% do arrecadado na área de informática do Detran fosse entregue a Alírio e ao ex-deputado Leonardo Prudente.



O secretário de Justiça e Cidadania do DF, Alírio Neto (PPS), negou todas as acusações do delator do mensalão do DEM e disse que as declarações de Durval Barbosa têm motivação política. Segundo Alírio, ele e Durval sempre foram de grupos adversários dentro da Polícia Civil do DF. O secretário disse desconhecer os depoimentos prestados pelo delator à Promotoria do DF, mas afirmou saber que Barbosa fala mal dele “há muito tempo”. ”Todo mundo que ele acusa, apresenta vídeo. É fácil falar, quero ver um vídeo com minha imagem e minha voz.”



O governo do DF informou não ter “conhecimento oficial sobre qualquer denúncia contra o secretário”. Procurado pela Folha, o advogado de Marcelo Toledo disse que não o localizou. Também não foi localizado o defensor do ex-deputado Leonardo Prudente. Os advogados de Arruda não atenderam ligações da reportagem.